Escala de Depressão Geriátrica – GDS

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maio 4, 2024
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Escala de Depressão Geriátrica: porque aplicar.

No curso de Formação em Reabilitação Cognitiva Funcional para Terapeutas Ocupacionais surgiu uma excelente dúvida que pode ser a sua também. Você conhece a Escala de Depressão Geriátrica (GDS)? Você aplica? Em quais contextos? Quais das versões você aplica? Como os seus pacientes recebem as perguntas relacionadas aos sintomas depressivos?

A Escala de Depressão Geriátrica, também conhecida como GDS (do inglês, Geriatric Depression Scale), é uma ferramenta de avaliação amplamente utilizada para identificar sintomas de depressão em adultos e idosos. A versão mais antiga com 30 itens foi desenvolvida por Yesavage e cols. em 1982. Estes itens contemplam uma série de perguntas simples que abordam sentimentos, atitudes e comportamentos comuns associados à depressão.  Pode ser autoaplicável ou administrada por um profissional de saúde treinado. A pessoa responde “sim” ou “não” de acordo com seus sentimentos e experiências nas últimas semanas. 

A pontuação na GDS pode variar de 0 a 30. Pontuações mais altas indicam um maior grau de sintomas depressivos. Uma pontuação entre 0 e 9 é considerada normal, enquanto pontuações entre 10 e 19 sugerem depressão leve a moderada, e pontuações de 20 ou mais indicam depressão grave.

Além desta mais ampla, existem várias versões, que podem ser aplicadas de acordo com os diferentes contextos e necessidades de avaliação. Algumas das versões mais comuns incluem:

  1. GDS-15: Uma versão abreviada da escala original, com 15 itens, desenvolvida para uma administração mais rápida e fácil.
  2. GDS-10: Uma versão ainda mais curta da escala, composta por apenas 10 itens, projetada para uma avaliação ainda mais rápida.
  3. GDS-5: Uma versão ultra breve da escala, com apenas 5 itens, utilizada em situações onde há restrições de tempo ou recursos, como na atenção primária.
  4. GDS-4: Esta é uma adaptação ainda mais simplificada, com apenas 4 itens, usada em algumas situações clínicas específicas.

A versão mais apropriada deve ser com base nas necessidades de avaliação e nos recursos disponíveis.

Independente da versão a ser aplicada, a GDS é uma ferramenta valiosa na triagem de depressão em adultos e idosos, e pode  ajudar os profissionais de saúde na identificação de sintomas e possibilidades de intervenção. 

O envio de um relatório para o médico da conduta terapêutica ocupacional com a pontuação da GDS pode facilitar a compreensão dos sintomas depressivos e a aceitação do sintoma neuropsiquiátrico, como um problema de saúde a ser tratado.  O uso da escala é de domínio público e deve ser utilizado por profissionais da área da saúde que atuem na gerontologia.

A aplicação da GDS não prejudica ou acentua o quadro depressivo, desde que haja acolhimento e orientação adequada à pessoa e/ou família. Esta conduta pode potencializar a adesão ao tratamento medicamentoso.  

No entanto, devemos ressaltar que a GDS é apenas uma parte da avaliação diagnóstica e não deve substituir uma avaliação completa realizada por um profissional de saúde qualificado. 

  • Yesavage JA, Brink TL Rose TL et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. J Psychiat Res 1983;17:37-49.
  • Almeida OP, Almeida SA. Short versions of the geriatric depression scale: a study of their validity for the diagnosis of a major depressive episode according to ICD-10 and DSM-IV. Int J Geriatr Psychiatry 1999;14(10):858-65.
  • Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da escala de depressão em geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr 1999;57(2B):421-6.

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